quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sombras e Pedra bruta: Histórias do arco-da-velha

       Vocês se lembram do Salsi Fufu? Antigo isso, né?

       Pois é, eu mesmo não me lembro direito, mas o Salsi  Fufu era um dos integrantes do Programa do Bozo, vivido por ninguém mais ninguém menos que o Pedro de Lara, aquela figuraça da TV. Contracenava com a Vovó Mafalda, inclusive.

       Meu sobrinho, Rogério, era o vocalista e contrabaixista da banda Salsi Fufu, a qual, apesar de ou graças ao glorioso nome, não alçou grandes vôos no Hardcore, mas fez seus inimigos na vizinhança, honrando a tradição das boas bandas de garagem. Isso foi por volta do ano 2.000 e eu, tio coruja metido a letrista moderno, lasquei uma letra para a banda, que certamente curtiu mas “tirou” como velharia. Daí o tempo passou, a banda se desfez e sobrou para o Manu, que deu a “Sombras” essa roupagem fantástica.

       Falando em roupagem, não posso me furtar ao trocadilho. A turma do estúdio, mais precisamente o Marquinho, sabiamente trocou o meu blusão original por jaqueta de couro, um termo bem mais apropriado, corrigindo a letra. Coisas de quem literalmente vai para a estrada.  Nunca mais vou me meter a falar de motos!

       Quanto à canção Pedra Bruta, tenho que confessar uma fraqueza. Imaginando talvez vender um trabalho para alguma dessas desafortunadas ou muito afortunadas duplas sertanejas, escrevi uma letra romântica beirando ao piegas. Um melozão xonado com deslavadas intenções comerciais.

        Depois de algum tempo, com o Emanuel sempre pedindo novas letras ( não sei se sabem mas o Emanuel é workholling total), repassei a ele a Pedra Bruta. Pô, o cara estragou tudo, meu!

       Era pra ser uma cançãozinha mela-cueca e ele resgatou o trabalho, com um arranjo sensacional.  Olhando agora, eu que não dava nada pela letra, só tenho a agradecer. Parceiro, você lapidou a Pedra Bruta. 

       Com a licença de João Pacífico, você é fantastic!


Otacílio

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